quinta-feira, 26 de maio de 2011
A crise do Palmas FR – Final
domingo, 22 de maio de 2011
A crise do Palmas FR – 3ª Parte
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A crise do Palmas FR – 2ª Parte
A crise do Palmas FR – 1ª Parte
terça-feira, 17 de maio de 2011
A chantagem social!
Mandarim, escolas de futebol e a educação no Brasil
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Políticas públicas voltadas ao esporte e sua repercussão social
Entender o que é esporte e como devem ser geridas as políticas públicas voltadas ao esporte nos faz o valorizar mais e, principalmente, ver que administração do esporte seja a nível municipal, regional, estadual ou federal é muito mais do que dar dinheiro a clubes, uniformes a equipes de veteranos ou patrocinar o transporte a desportistas quando de competições fora de sua localidade. Esporte é tão importante quanto, educação, segurança e saúde; pois as políticas voltadas ao esporte refletem diretamente no resultado destes três setores além de outros de vital importância.
Para tratarmos do assunto vamos passar a uma breve introdução sobre políticas de atenção ao esporte. Em nível público administrativo o esporte deve estar escalonado da seguinte maneira: Esporte educativo-recreativo, Esporte como ferramenta de apoio a saúde populacional e Esporte de rendimento. Logo, a planificação da ação a ser executada pelo poder público deve levar em conta tais princípios e, o mais importante, na referida ordem de prioridade. Sendo assim não podemos ser coniventes com grandes subsídios ao esporte de rendimento e praticamente nada ao esporte educação-lazer e ao esporte saúde, que acaba sendo o quadro predominante no país. Esporte é direito de todos e não apenas de um pequeno grupo. Esporte é uma expressão social do povo como um todo.
Agora que temos claro o norte de uma política esportiva de qualidade vamos ao processo de implantação e execução de tais parâmetros em sinergia com nosso modelo social. Em primeira instância cabe ao gestor publico criar um ambiente propicio a prática do esporte educativo-lazer. Medidas como aquisição e cessão de material esportivo à escolas do ensino fundamental e médio; igual medida voltada as escolas esportivas geridas por líderes comunitários; dotar de infra estrutura esportiva áreas verdes como praças, parques, quadras, vestiários, salas, campos, etc; apoiar a formação de monitores esportivos comunitários; promover festividades e competições esportivas de integração locais e entre localidades. No âmbito esporte saúde podemos dizer que as primeiras medidas já geram impacto sobre esta área também, podemos então acrescentar ações como programas de orientação esportiva para jovens e adultos, tais como escolas esportivas para crianças e jovens, programas de atividade física orientada por profissionais de educação física como as sessões de ginástica para terceira idade em praças esportivas públicas, interlocução (troca de informações) com autoridade sanitária local a fim de desenvolver programas de orientação física para grupos de risco como grupos de atividade física por solicitação médica voltada à pacientes em tratamento preventivo ou ativo, da hipertensão por exemplo.
Quanto ao esporte rendimento é dever do administrador público gerir programas que tragam retorno social. Ao apoiar um determinado atleta do judô, por exemplo, quando este atleta atingir um nível elevado de resultados será sua conquista um catalisador para que mais crianças e jovens ingressem na prática esportiva desta modalidade; porém de nada adiantará isto se a gestão pública não tiver dotado de uma estrutura mínima para absorver tal demanda. Um programa de apoio ao esporte de rendimento não pode ser simplesmente a transferência de recursos econômicos como forma de patrocínio de atletas ou entidades, deve o gestor promover ações formativas tanto de profissionais que são e serão os agentes de formação de atletas, assim como promover eventos esportivos de alto nível em sua localidade. Criação de centros de alto rendimento é outro passo deste processo e, uma vez mais, isto será facilitado se existir previamente ações esportivas citadas nas áreas de esporte educação/lazer e esporte saúde. Dotar de recursos entidades de rendimento para que construam infra-estruturas capazes de gerar renda e acabe com dependência do estado por parte de clubes e entidades. Programas de intercambio e gestões especializadas buscando atrair expertos em modalidades esportivas também serão de grande valia.
No Brasil de hoje mais pessoas estão tendo acesso a itens não acessíveis ao brasileiro pobre até alguns anos atrás logo, mais refrigerantes, doces e frituras estão chegando à mesa dos brasileiros e isto já se reflete no aumento da população obesa no país. Em breve estes números se transformarão em aumentos dos custos com saúde no país, que por sinal já vive um caos. Os jovens de hoje passam mais tempo na rede mundial de computadores, jogam mais jogos eletrônicos e há cada vez menos espaços verdes e a educação física escolar agoniza; muito cedo veremos mais e mais jovens caindo nas “garras” das drogas, na violência, mais casos de bullying acontecerão; e isto demandará mais gastos com segurança pública. Há uma maior demanda por profissionais em vista do crescimento do país, mas há uma alta escassez de mão de obra qualificada, pois apesar de haver mais escolas e mais oportunidades de ingresso nas universidades há uma crise de valores na juventude que faz com que aumentem os números da evasão escolar e um baixo índice de aprendizagem. A educação em valores é uma das maiores contribuições que o esporte traz a sociedade. Ao promovermos o esporte estamos promovendo justiça social, ascensão e surgimento de líderes positivos que servirão de modelo para que a juventude seja impulsionada a seguir e se esforçar mais e mais em busca da excelência assim como seus ídolos.
Se você é pai, se está insatisfeito com saúde, segurança e educação do país, se não vislumbra uma saída a curto prazo para a crise de valores que vivemos no Brasil, se está assustado com o avanço das drogas, se não entende como um país rico de recursos como o Brasil ainda passa por dificuldades “africanas”; talvez valha a pena levar adiante esta discussão, pois tenho convicção que não encontrará outra saída que reúna velocidade de ação e resultado, baixo custo e, já que estamos em tempos de sustentabilidade e responsabilidade social, seja tão benéfica sem gerar nada de agressão social ou ecológica.
domingo, 15 de maio de 2011
Talento – Formando engenheiros do futebol!
Há algum tempo desejo escrever sobre talento no futebol brasileiro. Enquanto espero os clássicos do futebol regional espalhados pelo país, um fato extra me motivou a escrever e elucidar, sob minha ótica, a questão “talento” no contexto do trabalho de formação nas escolas de futebol e nas categorias de base do futebol tupiniquim. Recebi um comentário em meu último texto! Convenhamos que alguém se prestar a ler meus textos já é muita presunção de minha parte, mas que ainda se dê ao trabalho de comentá-lo é realmente surrealismo. Devido a tamanha felicidade e súbita inflação de ego, escreverei para meus leitores sob talento; não meu talento, mas dos atletas de futebol brasileiros.
Tudo seria mais fácil, e profissional, no trabalho de formação de atletas, se os gurus (treinadores) do futebol brasileiro se dessem o trabalho de ler. Não estou falando de nenhuma publicação inovadora baseada em uma pesquisa norueguesa, publicada em mandarim; estou falando do dicionário, ou como dizia minha professora de português da sétima e oitava séria o “amansa burro”. Segundo o dicionário, a palavra talento significa aptidão invulgar (natural ou adquirida); engenho. Esta definição nos leva a primeira certeza quando conversarmos com os gurus da bola novamente, a de que ao justificarem que os jogadores de futebol que chegarão ao alto rendimento são aqueles que simplesmente tenham talento. Poderemos, neste momento, devido a nossa descoberta, questioná-los se talento não é algo que se pode adquirir? Não é o seu (do treinador) trabalho ensinar, através de métodos de treinamento, os atletas levando-os a adquirirem o tal “talento” necessário para chegar ao alto nível?
sábado, 14 de maio de 2011
Joss Stone e o talento do futebol brasileiro
O Soul é um estilo de música originário dos Estados Unidos que nasceu do rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 50 e início da década de 60 entre os negros. Durante a mesma época, o termo soul já era usado nos EUA como referência ao afro-americano, como “soul food” (comida de negro). Esse uso apareceu justamente em uma época de vários movimentos de liberalismo social, tanto com a revolução dos jovens com uso das drogas, como movimentos anti-guerra e anti-racial. Por conseqüência, a música soul nada mais era do que uma referência a música dos negros, independentemente do gênero. Como não sou consultor musical não vou me estender muito no assunto, apenas acrescentando que o movimento da música soul pertence definitivamente aos Estados Unidos.
Joscelyn Eve Stoker, nascida em 11 de abril de 1987 em Dover, Kenti; Inglaterra, do signo de Áries como eu, conhecida por seu nome artístico Joss Stone é uma loira linda, além de grande cantora e compositora. Joss viveu boa parte de sua vida em Ashill, Devon, também na Inglaterra. Esta talentosa cantora vendeu mais de 10 milhões de álbuns em todo o mundo. Ela foi premiada pela RIAA (Recording Industry Associations of America) com disco de platina por Mind, Body & Soul, e disco de ouro por The Soul Sessions e Introducing Joss Stone.
Acho que você já sabe qual é o estilo musical que Joss Stone canta certo? Isso mesmo, Soul music. Isso deveria fazer-nos pensar como é possível que uma mulher branca, inglesa e de apenas 24 anos faça tanto sucesso com um estilo musical que a um primeiro olhar, e a um segundo também, nada tem a ver com jovens, ingleses e brancos?! Isto só acontece porque no meio musical, que privilegia sempre a criatividade, os descobridores de talento estão sempre abertos a novas e inovadoras possibilidades sem se apegar a estereótipos. O futebol brasileiro está vive, basicamente, do surgimento de novos talentos, mas é incrível como os descobridores de talento e os treinadores de escolas de futebol e categorias de base insistem em traçar modelos prontos para atletas de futebol, decidindo quem está apto e quem não está. O pior de tudo é que o modelo seguido pelos “magos” da bola no Brasil é a antítese do que vendemos ao mundo. Os gurus não estão abertos a nada de diferente; pra você ser jogador de futebol no Brasil a fórmula, de acordo com os magos da bola, é a seguinte: Pobre (muito pobre mesmo, tipo sem ter o que comer em casa); Grande como nazistas alemães (não sei se os nazistas eram grandes, mas sempre tive a imagem na cabeça de que os nazistas eram grandes); Ignorantes, pois atleta que estuda não é bem visto pelo grupo (muito menos pelos treinadores), acho que é um certo medo de que os atletas se expressem melhor que os treinadores e comecem a questioná-los; Ruivos não são aceitos. Já rompemos a barreira entre brancos e negros, mas definitivamente os ruivos não são aceitos no futebol, tendo como argumento a pergunta retórica: você já viu algum ruivo ser bom jogador? Definitivamente existem outras receitas “infalíveis” que regem a receita do atleta ideal para jogar futebol, mas a Joss Stone parou de cantar por aqui então vou nessa!
Aproveitemos para refletir sobre quantos “Joss Stone´s” nós já perdemos por causa de nossos gurus do futebol tupiniquim? Robinhos, Ronaldinhos, Neymares, pra não falar do Kuyt, Crouch e Cruyff; este último devido a sua inteligência no Brasil seria impedido até de jogar pelada na calçada!
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Os fundamentos técnicos do futebol e seu treinamento
Em minhas apresentações sobre metodologia de treinamento tenho abordado uma proposta onde treinamos isoladamente os fundamentos técnicos através de exercícios que levem o atleta/aluno a experimentar e ambientar-se nas diferentes situações que se apresentarão durante um jogo de futebol e aplique diferentes soluções (técnica) para resolver as exigências do exercício, assim como durante um jogo oficial de futebol. Posso dizer que o objetivo é dar a criança/aluno a mais variada vivencia possível de elementos técnicos que serão necessários para jogar futebol tecnicamente bem. O que me surpreende é que na maior parte das vezes que interajo com algum treinador/professor descubro que eles desconhecem os elementos técnicos individuais, suas variações e muito menos o porquê treiná-los. É como se um professor de matemática não soubesse somar, subtrair, multiplicar e dividir.
Atualmente vejo muitos “gurus” do futebol preocupados discutindo táticas do futebol, mas não encontro ninguém preocupado com a técnica do futebol, sendo que isto antecede qualquer desenvolvimento tático. Para que fique claro gosto de dizer que Mourinho e Guardiola, mestres da tática, não teriam emprego se não fosse a técnica de seus jogadores. Mourinho joga um futebol baseado na defesa e na ligação direta ao ataque (chamamos isto de futebol direto), enquanto Guardiola joga um futebol com base em toque de bola e muita movimentação (futebol combinativo). Nenhum dos esquemas de jogo sobreviveria se não houvesse executores de alto nível técnico, pois ao lançar uma bola da defesa ao campo ofensivo é necessário, além do entendimento tático, um excelente passador e um jogador com domínio e condução aliado a velocidade, sem falar de dribles e chutes precisos ao concluir. No Barcelona de Guardiola bastaria um equivoco de passe para que a equipe catalã perdesse todas suas partidas, sem falar que devido a sua constante movimentação é comum vermos volantes concluindo e atacantes defendendo, tudo isto é possível graças ao elevado nível técnico de seus jogadores. Ao contrário do que possa parecer a maioria do jogadores a disposição de Mourinho e Guardiola são oriundos de equipes de base européias, pois as escolas sul americanas são pobres em formação de atletas.
Os elementos técnicos fundamentais, que todas as escolas de futebol e as categorias de base dos clubes deveriam dedicar algo como 90% do seu tempo de trabalho de campo, são divididos da seguinte maneira:
• CONDUÇÃO
• DOMÍNIO DE BOLA
• PASSE
• CHUTE
• JOGO DE CABEÇA
• DRIBLE
• TÉCNICA INDIVIDUAL DEFENSIVA
• TÉCNICA INDIVIDUAL OFENSIVA
Para cada elemento técnico existem variantes de execução. Desenvolver um sistema de treinamento que induza o aluno/atleta a experimentar e aperfeiçoar cada um deles é o trabalho que, em teoria, deveria ser executado em escolas de futebol e categorias de base para que somente depois de dominado completamente pelos atletas inserirmos conceitos táticos mais avançados. De maneira utópica, digamos que uma equipe fizesse o trabalho técnico como deve ser feito garanto a todos que ensinando apenas a regra do jogo e o hábito de atacar e defender em grupo (transições) teríamos uma equipe imbatível até os juniores.
Treinamento da técnica do futebol nas escolas de futebol do Brasil...
Em meus novos tempos de Brasil resolvi assessorar uma escola de futebol particular repassando aos professores aquilo que observei, estudei, aprendi, desenvolvi e apliquei em meus anos de futebol europeu. É impressionante que nós brasileiros realmente acreditemos no fato, inverídico, de que somos o país do futebol. Se fosse assim todos os professores do mundo viriam ao Brasil aprender o nosso “segredo” evento que não procede. Uma das maiores maldades e injustiças sociais e esportivas são cometidas pelos “mestres” do futebol brasileiro que se dizem verdadeiros gurus descobridores de talento e, como se não bastasse, também determinam quem não é ou será capaz de praticar esportes, em especial o futebol. Estes pseudo-gurus são justamente os treinadores/professores de futebol que trabalham com milhares de jovens e crianças todos os dias e tem a missão de ensinar futebol à elas.
Não há no Brasil nenhuma publicação sobre um modelo de treinamento que ensine e potencialize os fundamentos técnicos do futebol, estamos entregues ao acaso e a bondade divina, que em única instancia, é a quem cabe nos enviar Neymares, Ronaldinhos e Lucas. As escolas de futebol, assim como as categorias de base, desenvolvem seus trabalhos de maneira extremamente desmotivados, pois afinal eles não servem para nada (o trabalho), pois estamos, literalmente, nas mãos de Deus. Por outro lado a maioria dos jogadores europeus, de grandes equipes são oriundos das escolas de futebol, pois por lá eles não confiam em Deus. Não digo que as nações européias não sejam cristãs, aliás, o Vaticano está em solo europeu, mas, assim como eu, por lá eles crêem que Deus está preocupado com temas mais importantes do que a formação de jovens jogadores.
Tratemos agora sobre o que estou trabalhando junto aos professores da escola de futebol, que comentei no inicio do texto, que ofereço serviço de coaching. Meu trabalho pode se entender por unificação de um plano anual de treinamento da técnica de futebol através de um programa desenhado através de sessões de trabalho (treinos) divididos em elementos técnicos fundamentais ao jogo de futebol e suas variantes. Somamos a isso introdução a tática individual e coletiva e educação de valores, que afinal estão presentes no esporte de um modo geral, contribuindo para a formação de jovens desportistas como e quanto cidadãos.
De um modo geral as escolas de futebol não estão preocupadas em formar atletas, tampouco os clubes se preocupam com isso, logo teremos um quadro de aniquilação precoce de talentos esportivos e sacrifícios morais que levam, em última instancia, ao surgimento de Brunos, por exemplo; e adultos frustrados com o esporte de um modo geral. Não tenho nada, absolutamente nada, contra os professores de escolas de futebol e/ou os treinadores de futebol das categorias de base dos clubes brasileiros, aquilo que me ofende e preocupa muito é o fato de uma boa parte destes professores/treinadores simplesmente não querem aprender nada de novo a fim de contribuir para a formação do atleta e do individuo através de seu trabalho junto aos jovens.