domingo, 22 de maio de 2011

A crise do Palmas FR – 3ª Parte


Escolas esportivas e as categorias de base

            A cultura administrativa brasileira, independentemente do setor, não se caracteriza pela inovação, mas sim pela adaptabilidade. Por um lado isto é maravilhoso pois nossos profissionais de área coorporativa estão cada vez mais valorizados em um mundo globalizado, por outro lado é extremamente negativo pois temos o vício de simplesmente não criar nada de novo, não buscar saídas cientificas para questões básicas e simplesmente repetir o que já se vinha fazendo. Quero dizer com isso que por mais fantástico que seja o “produto” futebol no Brasil assistimos com tristeza a “mesmice” por parte dos dirigentes de nossos clubes que simplesmente não inovam em nada para valorizar e explorar esta marca. Não é de estranhar que a maior receita dos grandes clubes de futebol no Brasil venha da televisão e dos patrocínios, enquanto os clubes, ditos pequenos, simplesmente aceitam sua posição e não buscam absolutamente nada para gerar receita, pois seus dirigentes seguem o modelo perpetuado pelos maiores, ou seja, não fazer nada!
            Como pretendo me ater às categorias de base e as escolas desportivas, não irei explicar, neste texto, sobre a operação Coca-Cola que salvou os clubes brasileiros no passado e nem sobre os acordos de transmissão televisiva do campeonato brasileiro. Falarei das categorias de base e das escolas de futebol que colocam todos os clubes brasileiros, seja ele pequeno ou grande, em pé de igualdade, pois se há uma área do futebol brasileiro onde não há nenhuma inovação desde o nosso descobrimento, esta área é o futebol de base que no Brasil de hoje ainda têm no “olhometro” seu método de trabalho.
            Escolas esportivas e categorias de base são uma parte chave para a reestruturação de um clube de futebol. O Palmas FR, por exemplo, possui estrutura física suficiente para realizar de maneira independente atividades de escolas desportivas e categorias de base em sua sede administrativa. Outra opção é realizar em estruturas, sejam públicas ou privadas, tais atividades. Por ai teremos uma fonte de renda direta com a cobrança pela prestação de serviços e venda de produtos do clube e a longo prazo (de forma indireta) retorno, que se traduzirá em atrair investidores quando da construção de um sistema otimizado de descoberta e formação de talentos e possível venda de atletas que se destaquem.
            Mas para obter um retorno econômico é necessário oferecer um serviço de qualidade e para um serviço de qualidade é necessário apostar em formação dos profissionais que irão prestar tais serviços. Acordos de colaboração com universidades, escolas de esportes, clubes de maior exposição, entre outros, é uma saída extremamente barata e viável e substituirá o “olhometro” por métodos e meios pedagógicos de treinamento que, seguramente, trariam destaque local, regional, nacional e internacional valorizando os serviços oferecidos.

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