sábado, 14 de maio de 2011

Joss Stone e o talento do futebol brasileiro

Enquanto curto a boa música e singular voz de Joss Stone cantando Less is More, aproveito para refletir sobre os magos do futebol tupiniquim. Se você ainda não entendeu a relação entre Joss e os treinadores de futebol do Brasil eu passarei explicar. Tudo é uma questão de tirarmos os “pré-conceitos” que temos e esquecer as tais “verdades absolutas” sobre futebol que assistiremos o surgimento de muitos “Joss Stone´s do futebol”.

O Soul é um estilo de música originário dos Estados Unidos que nasceu do rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 50 e início da década de 60 entre os negros. Durante a mesma época, o termo soul já era usado nos EUA como referência ao afro-americano, como “soul food” (comida de negro). Esse uso apareceu justamente em uma época de vários movimentos de liberalismo social, tanto com a revolução dos jovens com uso das drogas, como movimentos anti-guerra e anti-racial. Por conseqüência, a música soul nada mais era do que uma referência a música dos negros, independentemente do gênero. Como não sou consultor musical não vou me estender muito no assunto, apenas acrescentando que o movimento da música soul pertence definitivamente aos Estados Unidos.

Joscelyn Eve Stoker, nascida em 11 de abril de 1987 em Dover, Kenti; Inglaterra, do signo de Áries como eu, conhecida por seu nome artístico Joss Stone é uma loira linda, além de grande cantora e compositora. Joss viveu boa parte de sua vida em Ashill, Devon, também na Inglaterra. Esta talentosa cantora vendeu mais de 10 milhões de álbuns em todo o mundo. Ela foi premiada pela RIAA (Recording Industry Associations of America) com disco de platina por Mind, Body & Soul, e disco de ouro por The Soul Sessions e Introducing Joss Stone.

Acho que você já sabe qual é o estilo musical que Joss Stone canta certo? Isso mesmo, Soul music. Isso deveria fazer-nos pensar como é possível que uma mulher branca, inglesa e de apenas 24 anos faça tanto sucesso com um estilo musical que a um primeiro olhar, e a um segundo também, nada tem a ver com jovens, ingleses e brancos?! Isto só acontece porque no meio musical, que privilegia sempre a criatividade, os descobridores de talento estão sempre abertos a novas e inovadoras possibilidades sem se apegar a estereótipos. O futebol brasileiro está vive, basicamente, do surgimento de novos talentos, mas é incrível como os descobridores de talento e os treinadores de escolas de futebol e categorias de base insistem em traçar modelos prontos para atletas de futebol, decidindo quem está apto e quem não está. O pior de tudo é que o modelo seguido pelos “magos” da bola no Brasil é a antítese do que vendemos ao mundo. Os gurus não estão abertos a nada de diferente; pra você ser jogador de futebol no Brasil a fórmula, de acordo com os magos da bola, é a seguinte: Pobre (muito pobre mesmo, tipo sem ter o que comer em casa); Grande como nazistas alemães (não sei se os nazistas eram grandes, mas sempre tive a imagem na cabeça de que os nazistas eram grandes); Ignorantes, pois atleta que estuda não é bem visto pelo grupo (muito menos pelos treinadores), acho que é um certo medo de que os atletas se expressem melhor que os treinadores e comecem a questioná-los; Ruivos não são aceitos. Já rompemos a barreira entre brancos e negros, mas definitivamente os ruivos não são aceitos no futebol, tendo como argumento a pergunta retórica: você já viu algum ruivo ser bom jogador? Definitivamente existem outras receitas “infalíveis” que regem a receita do atleta ideal para jogar futebol, mas a Joss Stone parou de cantar por aqui então vou nessa!

Aproveitemos para refletir sobre quantos “Joss Stone´s” nós já perdemos por causa de nossos gurus do futebol tupiniquim? Robinhos, Ronaldinhos, Neymares, pra não falar do Kuyt, Crouch e Cruyff; este último devido a sua inteligência no Brasil seria impedido até de jogar pelada na calçada!





Um comentário:

  1. Gostei da abordagem...não conheço a tal cantora, mas pelos elogios buscarei referências para esboçar uma opinião...sobre esteriótipos, acredito que talento não tem forma e pode se manifestar onde menos se espera. A oportunidade, essa sim, precisa ter uma fórmula certa.

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